Há 10 anos, o mês de maio tornou-se amarelo. Ao longo desse tempo, foram diversos temas discutidos e levantados para nossa reflexão. O ano de 2023 tem como foco principal o verbo ”Escolher”. A ideia é escolher preocupar-me com minhas ações mas ir além, ajudar o outro no trânsito, informar, ensinar e educar, melhorando as relações nas ruas das nossas cidades.
Devemos partir do princípio que o trânsito deve ser seguro para todos. Então, máxima atenção! Por isso, vão aqui alguns ”escolho” que eu decidi praticar: escolho não mexer no celular enquanto dirijo; escolho não beber bebidas alcoólicas e dirigir; escolho não jogar bola ou soltar pipas em locais inadequados; escolho ser cortês; escolho dar prioridade para os pedestres.
Entre outros ”escolho”, há um sobre o qual gostaria de me ater brevemente. Não falo sobre ”se beber não dirija”. É sim super importante, mas, inclusive, as grandes mídias veiculam esse slogan todo o tempo. Mas há um ”escolho” bem menos comentado que deve ser fortalecido. O ”escolho não fazer uso de substâncias como a cannabis e dirigir”. Sim. O uso dessa substância, que está se tornando cada vez mais corriqueira, traz consequências ruins também para o trânsito.
A maconha afeta o funcionamento do cérebro e prejudica a direção. A cannabis promove sonolência, alterações das funções congitivas e motoras, compromete o humor, altera nosso controle lateral do veículo, altera nosso equilíbrio, modifica nossa estimativa de tempo e reação. Os números comprovam o quão ruins são essas alterações. Cerca de um quinto das mortes no trânsito relacionadas com substâncias psicoativas deve-se ao cannabis.
Alguns ainda podem tentar argumentar dizendo que usar baixas concentrações não vão trazer desatenção. Mas a verdade é que a relação entre comcentração da droga, comprometimento dos sentidos e risco de acidentes, não está bem estabelecida. Portanto, do ponto de vista de segurança pública, escolha não fazer uso de tais drogas e posteriormente dirigir – bem a verdade, não faça uso de drogas em momento algum.
Seja você a mudança que quer ver nos outros. Caso tenha dificuldades em largar algum vício, procure um profissional de saúde da sua confiança. Se tiver alguma unidade de saúde pública perto da sua casa, procure um médico. Você será acolhido e atendido em sua necessidade.
Eu sou o Renan Carnaúba Teles, médico clínico geral que atua no contexto da atenção primária à saúde. Que Deus o abençoe e até a próxima oportunidade.
Referências:
https://www.onsv.org.br/maioamarelo
https://iris.paho.org
https://jornal.usp.br