O jogador de futebol brasileiro Vini Jr. sofreu no último domingo mais um ataque racista nos campos da Espanha. Eu gostaria de levantar dois pontos sobre este tema que é extremamente lamentável. Um deles, já está exposto no título desta coluna, mas talvez não seja, bem explicito para quem não conhece o sigfificado da sigla. E de forma propósital, eu a grifei com minúsculas para não enfatizar sua doutrina.
Primeiro ponto: o esportista Vinicius Junior foi um menino pobre, negro e brasileiro que venceu na Eupora. Ele é hoje, um dos maiores jogadores de futebol do mundo e sério candidato à Bola de Ouro, em um futuro próximo. Isto, certamente incomoda a muita gente. O sucesso alheio já incomoda a muitos, e quando o bom desempenho é de um esportista negro, o incomôdo é maior ainda. Uma pergunta precisa ser feita. Por que ataques racistas de forma tão intensa não aconteceram com esportistas com Lewis Hamilton ou Kylian Mbappé? Será que a resposta é porque eles são europeus? Será?
O segundo ponto é que, o caso Vini Jr. expõem mais uma vez a questão de grupos de torcedores políticamente identificado com ideológias ultranacionalistas, racistas e xenófobas, que na Espanha e Europa são chamados de “ultras”. Então, o alvo perfeito para o ódio desses grupos, atualmente, se encaixa, para eles, no Vini. E isso fica claro, quando a atitude de pendurar um boneco negro com a identificação do jogador brasileiro enforcado em uma ponte reproduz o mesmo método usado pela ku klux klan, que foi um grupo terrorista e de extrema direita norte-americano, que pregava o ódio a negros e seus defensores.
Lamentavelmente, este caso Vinicius Junior, faz lembrar o histórico relato de Jesse Owens que foi o primeiro atleta na história a conquistar quatro medalhas de ouro numa mesma edição de Olimpíada, e esta foi nada menos que a de 1936, na Alemanha de Hitler. Nem os nazistas ousaram xingar em público os atletas negros dos Estados Unidos, mas agora, infelizmente estes “ultras” neonazistas se sentem mais a vontade para cometer os mesmos crimes. Só nos resta neste momento, esperar pela ação da polícia madrilenha, da justiça espanhola, da Liga e da FIFA, para que casos como este, não se repitam.