Em tempos de eleição, sempre algumas expressões voltam à cena: “escolher bem”, “conhecer as propostas”, “votar com consciência” e colada a esta, o tal do “voto útil”. Pois é, qual a utilidade do voto?
Para mim, a principal utilidade do voto é expressar a vontade do eleitor, que deveria ser antes de tudo um Direito e não um dever. A utilidade deveria ser facultativa e não obrigatória. Outra expressão muito utilizada nos nossos dias é “liberdade de expressão”, o que colabora para que a manifestação da vontade do eleitor seja respeitada e não manipulada por mecanismos eleitorais ou de marketing eleitoreiro.
Mas, vou me deter em uma dessas expressões que têm sido usada de maneira mais insistente. O voto útil. Este, deve ser usado em em duas situações específicas, segundo os analistas políticos, que muitas vezes, trabalham como cabos eleitorais disfarçados. A primeira é que se o seu candidato não tem chance de vencer a disputa, vote em um outro que a tenha. E a segunda é que se o seu escolhido não pode ganhar a eleição, evite um mal maior, e vote de “forma útil” em um candidato que pode representar menos problemas.
Como vivemos numa democracia, quase plena, a escolha é de cada um. E para mim, o meu voto é sempre útil. Ele representa a minha vontade como cidadão e não pode simplesmente ser trocado pela imposição da vontade dos outros, sejam eles candidatos ou pessoas a serviço destes.
Portanto, voto pela minha consciência e pela concordância com as propostas do candidato que escolhi. Se eu decidir não votar em alguém que tenha mais chance de ganhar a eleição, a escolha é minha, e isto não significa “não evitar um mal maior”. Significa que minha decisão é soberana. Esta é a real utilidade do meu voto.