Cineclube celebra os 60 anos do lançamento da obra-prima “Vidas Secas”

Por: Caio Márcio
Postado 10/11/2023
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Há 60 anos, em agosto de 1963, estreava nos cinemas brasileiros o hoje clássico “Vidas Secas”.

O quarto longa-metragem do diretor Nelson Pereira dos Santos (antes fez “Rio, 40 graus”, “Rio, Zona Norte” e “Mandacaru Vermelho”) é uma adaptação do romance homônimo lançado em 1938 por Graciliano Ramos. Filme que integra o “Cinema Novo”, movimento renovador do cinema brasileiro que eclodiu no final dos anos 1950 e permaneceu ativo durante todos os anos 1960.

O filme chegou aos cinemas às vésperas do golpe militar e teve suas cópias confiscadas pela nascente censura da ditadura. Porém, o longa já havia sido enviado ao Festival de Cannes, edição de maio de 64. Temendo uma reação negativa internacional ao golpe recém dado (março de 64), os militares desistiram de impedir a ida do filme para o festival na França, onde ganhou o importante prêmio do Oficio Católico do Cinema (OCIC).

“Vidas Secas” está listado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca. Também foi incluído no livro 1001 Filmes para Ver antes de Morrer, de Steven Jay Schneider.

A fotografia ultra inovadora de Luis Carlos Barreto e José Rosa, que faz com que as imagens se assemelhem a xilogravuras e a trilha sonora minimalista composta apenas pelo som do ranger das rodas de um carro de boi, são pontos altos deste filme que marcou a estreia de Jofre Soares, um marinheiro aposentado da marinha mercante, como ator. No elenco temos ainda Atila Iório e Maria Ribeiro (outra surpreendente estreia de uma “não atriz”, ela era atendente no laboratório cinematográfico Líder do Rio de Janeiro).

Após a exibição teremos um debate coordenado pelo professor-doutor Sinedei Moura, do departamento de economia da UFCG.

A entrada é franca. Disponibilidade de assentos (45 lugares) por ordem de chegada.

O Cineclube Memorial é coordenado pela professora Eneida Maracajá; curadoria de programação e debates do professor, crítico cinematográfico e cineasta Romero Azevedo, da Academia Paraibana de Cinema. Assessoria técnica e divulgação: Caio Márcio.

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