Na noite da última terça-feira (22), a Câmara Municipal de Campina Grande realizou uma cerimônia especial para homenagear Raimundo Augusto de Oliveira, conhecido como Cajá, com o Título de Cidadania Campinense. A solenidade, proposta pela vereadora Jô Oliveira (PCdoB), reconheceu a trajetória de vida e os relevantes serviços prestados por Cajá à cidade, especialmente nos campos da política, da educação, da saúde e dos movimentos sociais.
A cerimônia contou com a presença de familiares, amigos e autoridades, compondo uma mesa formada por nomes significativos, como Iapuan Tavares de Oliveira (filho do homenageado), Maria do Socorro Oliveira (coordenadora do Centrac), o vereador de João Pessoa Marcos Henriques, Joelson Costa (representando o presidente do PT, Hermano Nepomuceno), Glauce Jácome (presidente do PCdoB e da Federação Brasil Esperança) e Eutenir Tavares, esposa do homenageado.
Natural de Cajazeiras (PB), onde nasceu em 22 de julho de 1955, Cajá tem uma trajetória marcada pela dedicação à saúde, à educação e à política. Técnico em Enfermagem, licenciado em História e com formação em Ciências Sociais com especialidade em Sociologia, ele se estabeleceu em Campina Grande no final de 1981, onde formou família e passou a contribuir de forma intensa com a cidade e região.
Militante histórico do Partido dos Trabalhadores e um dos fundadores do PT em Cajazeiras, Cajá teve atuação destacada em Campina Grande como cofundador e coordenador do CENTRAC (Centro de Ação Cultural), onde permaneceu por 15 anos. Também foi o primeiro coordenador da CUT na Regional Borborema, além de atuar com diversos sindicatos. Em âmbito nacional, foi eleito duas vezes para a direção da ABONG, representando Campina Grande em eventos no Brasil, na Europa e na África.
Durante a pandemia, já em processo de aposentadoria, retornou definitivamente a Campina Grande e assumiu o cargo de chefe de gabinete da vereadora Jô Oliveira. A parlamentar, em sua fala, destacou a importância da homenagem. “Nós estamos aqui para celebrar o nosso colega de trabalho, o pai, o avô, mas também para celebrar um colega e um companheiro de lutas. Nós temos uma figura que é responsável por fundar o PT na cidade de Cajazeiras. Um dos fundadores do Centrac (Centro de Ação Cultural)”, afirmou.
Jô também ressaltou o papel fundamental de Cajá em sua trajetória política. “Cajá é também essa pessoa que tem muitas facetas profissionais, eu fico muito feliz em poder falar disso, como técnico de enfermagem, sociólogo, secretário de assistência social (SEMAS), assessor (…) Ele é um dos responsáveis pela minha formação política”, declarou. A vereadora finalizou agradecendo: “Muito obrigada, Cajá, por tudo que você representa para nós, para essa cidade, para vida de todas essas pessoas que estão aqui, hoje, para celebrar o seu aniversário e também celebrar esse reconhecimento com o título de cidadão campinense.”
O momento também foi marcado por falas emocionadas de pessoas próximas. O filho, Iapuan Tavares, compartilhou palavras de admiração: “O girassol, mesmo nos dias nublados, continua voltado para a luz. Ele busca o lado bom da vida, mantendo o coração aquecido e a esperança firme, mesmo quando os caminhos se tornam sombrios. Afinal, quem carrega o sol dentro de si nunca se perde na escuridão. Assim é você, meu pai.” Glauce Jácome também ressaltou: “É muito interessante isso que a Jô tem feito no parlamento (…) é também um grande momento de integração e de afeto do nosso campo. Trago o abraço, Cajá, de todo o nosso campo, organizado, principalmente, através do fórum Pró-Campina.”
Ao final da solenidade, visivelmente emocionado, Raimundo Augusto de Oliveira expressou sua gratidão. “É com um sentimento de gratidão, muito grande, que eu estou nesse momento, nessa casa. A casa da democracia, a casa do debate político nessa cidade.” Agradecendo a todos os presentes, Cajá citou Cora Coralina: “Não importa o ponto de partida, o que importa é a caminhada e seus resultados.” E completou com um provérbio africano: “Eu sou porque vocês são e eu estou porque vocês estão.”
Em sua fala final, o homenageado refletiu sobre os desafios da política, especialmente sua experiência como secretário municipal. “Fazer política não é fácil, foram um ano e seis meses como secretário de assistência social. Percebi que quando se tem vontade política e capacidade, é possível reconstruir uma história capaz de qualificar a política pública para o bem viver, mas é preciso muita vontade política e capacidade para fazer isso”, concluiu.
*Com Divicom / CMCG